terça-feira, 18 de março de 2008

Se não fosse para cometer erros, eu não tomaria decisões.

Quem nunca cometeu erros? Quem nunca cometeu um vício de formação da vontade, tendo uma noção falsa sobre alguma coisa ou sobre uma pessoa? Por óbvio, todos conhecem a expressão: “errar é humano”. No entanto, a frase completa é: “errar é humano, persistir no erro é burrice”. Confesso que já cometi inúmeros erros, sou humano. Confesso que já persisti no erro por diversas vezes, fui burro. Por muito tempo neguei meus erros tentando de forma utópica apagar as escolhas erradas que tomei pelo caminho. Certa vez deparei-me com a frase de Rabindranath Tagore: “Se fechares a porta a todos os erros, a verdade ficará na rua”. Não é preciso ser gênio para concluir que Tagore implicitamente afirma que você somente será digno da verdade se assumir seus próprios erros.
Ultimamente estou sendo questionado de erros cometidos no passado e que de forma persistente sempre os cometerei - segundo a visão de alguns. Ou seja: quem me questiona, considera-me um burro, não um ser humano. Embora eu reconheça meus erros como aprendizagem não sou burro em repetir os mesmos erros se há tantos erros novos a serem cometidos. Perceba que não estou dizendo que não cometerei erros, mas afirmando de forma enfática que não repetirei os erros antigos, velhos, anciãos. Aos que me criticam eu devo gritar: “–Se fiz descobertas foram por causa de meus erros”. Eu tenho que tomar decisões. Nem sempre minhas decisões foram as mais corretas, mas no momento em que as tomei, pareciam ser. Eu aprendi com meus erros. E estou sendo mais sábio, pois aprendo com os erros dos outros. Com isto evito que o erro seja atribuído a mim.
Com que audácia meros mortais – repletos de erros – se insurgem contra os meus. Sejam criativos! Errem! Eu quero aprender com seus erros. E se vocês estiverem próximos de errar, não os impedirei. Cometa-os. Não estarei sendo desleal contigo, meu amigo e, muito menos, traiçoeiro, com você, meu inimigo. Você terá a oportunidade de aprender, evoluir. Como é amargo saber que cometi diversos erros e por muitas vezes os escondi através de mentiras ou repetindo-os a ponto de torná-los sinônimos de meu caráter ou verdades fictícias. Seguirei tentando acertar e cometendo novos erros, e não quero saber se alguém não crê em minhas intenções. Estão errados. Humanos ou burros, estão equivocados. Meus erros são reflexos de minhas inúmeras tentativas de ser feliz e quando posso ser feliz, surgem testemunhas de cada passo mal dado que dei. Se vocês que me criticam não estão isentos de erros, por óbvio, não se aventuram em tentar acertar.
Chega de ficar quebrando a cara com os velhos erros de sempre. Quero cometer erros novos, passar por apertos diferentes, experimentar situações desconhecidas, sair da rotina e do lugar comum. Este ano eu preciso crescer. Chega de saber a saída e ficar parado na porta, ensaiando os passos sem nunca entrar na estrada, esperando que me venha o que eu mais preciso encontrar. Este ano, se eu tiver que sofrer será por sofrimentos reais, nunca mais por males imaginários, preocupado com coisas que jamais acontecerão. Chega de planejar o futuro e tropeçar no presente. Chega de pensar demais e fazer de menos. Chega de pensar de um jeito e fazer de outro. Chega de o corpo dizer sim e a cabeça, não. Chega desses intermináveis conflitos que me fazem adiar para nunca a minha decisão. Este ano eu vou viver.

Um comentário:

Murdock disse...

É aquela história, só erra quem faz...